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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Humus

Era poesia, ok?
Não acredita nela
ela quer me desviar de você
portanto saiba, desde já

quando você ler sobre horror
sobre o sol queimando a pele
sobre a falta de vontade ao amor
é tudo mentira
ela quer chamar atenção
a minha a sua a da multidão
portanto, eu te peço

não acredite nisso
não mesmo, eu te peço
fique! duro, como está
olhando de forma grave
isso que fui capaz de criar

mas para amenizar a sua falta

eu me tiro de ti
e tiro você de mim
em ficção apenas
apenas assim
porque me diverte te ver voltando
ver vindo o verso chegar
ver vindo o meu sorriso se abrir
para te receber
para te imaginar

você já viu?
tenho mexido a boca sem perceber
tenho sorrido mais em sonho do que posso
como faço, então, se a ficção alimenta o meu prazer?
como faço se hoje mais que ontem
você para mim está seguro em pensação
se hoje você para mim é pontual
você você
concreto e direto
distante e ausente

como faço
se aprendi a poesia
e desaprendi o presente?

como faço se me interesso hoje também
por aquilo que a vida não dá conta de me devolver

hoje acordei cedo
olhei através da janela
e haviam nuvens no céu
apenas nuvens

para onde foram as borboletas?

viraram poesia.
e eu gosto de borboletas.

4 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Bom, as borboletas gostam de você...tanto que até lhe dedicaram um selo (embora você não exponha nem nada, espero que não considere brega demais e sim um abraço de reconhecimento pela inquietação, doçura, angústia e intenso prazer que suas palavras despertam).

Annita disse...

As borboletas estão em cada palavra da poesia. E sempre, as mais coloridas.

Obrigada pelas palavras.

Shuzy disse...

Gostei daqui... Te achei por causa uma borboleta...!
hehe

Anônimo disse...

olá,,, obrigado pelas palavras. eu que agradeço aos comentários, às visitas... não deixem de deixar um oi... é tão fácil achar tudo isso vago e vazio e desnecessário,,,

abraços,
diogo

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