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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ficção para aliviar este segundo

Pássaros dormem perto da janela
Sob ela ele resta nu e sentido
dorme pleno hoje após dias tão intensos
dorme nu mas todo vestígio
de idas
de voltas
tentativas vãs
que só lhe asseguraram
incertezas.

A noite brilha opaca sem vento
Ele no meio do olho do silêncio
construindo outra vez
o que passou
o que se foi com o tempo
em idas
tentativas
contra a dificuldade que se tornou poetizar.

O café acabou
não há filtro
não há força
o corpo geme quietinho
pedindo: faça bastar

Essa ida
esse ir sem fim
esse excesso de abraços
esse excesso de opinar
Faça, ele pede, faça parar
ao menos pause a lua e deixe a neblina
sozinha
confundir as certezas
e transformar tudo em chão propício
para ninar,

Estou confuso:
reter
deter
para dentro de mim
eu mesmo em afasia.

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