para que eu me reconheça
ainda tem o azulejo. a sujeira e o espelho. ainda haverá o tempo depois e a falta do que lembrar. haverá a minha dúvida e as suas indagações a trepidar: quem foi nosso pai? o que fazia quando não queria mais nos criar? e aqui deixo uma foto, mais um traço, uma luz possível para vos auxiliar, para me saber como fui. a me ver como num dia qualquer, em que me movia por entre objetos e a ociosidade da alma. para que me vejam assim de brusco capturado. tentando ser pai de fato, responsável, duro e maleável. eu tentando ser sonho para amanhecer menos destinado às dores do parto. eu aqui hoje me cravo entre vocês, para que se sintam materializados. convivendo não só pelo verbo, mas também com o rosto sobre o qual hoje vocês bailam. e escorregam, eu sei. pois ainda choro, vocês sabem.
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