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quinta-feira, 31 de julho de 2014

All i Need


I'm in the middle of this town. It's almost 10pm, but the sky is clear.
I'm tired and thinking about life, my life, thinking about you, them, me.
I'm hearing music. But not choosing them.
What do we need to find ourselves?
Empty space.
Ou just a new blank page.
Inspiration.
It's cold here in Edinburgh. This new place I never knew. Everywhere I look, everyone who my eyes see, all this is new for me. And because of it, there's no meaning guiding my walk troughth these parks and streets.
I look to myself (while days go on).
I look to what I need.

There's something about comunication, I guess. I suppose.
How beautiful this is: to talk with strange people, to meet them, to say "hi", "thanks" and "you're welcome".
I could imagine a new world thinking from this point ahead.


There's a church in front of me. I look at this building. So old and so alive. I think about every human that saw it too. I'm not the first one, neither the last.
An then: where is my life? Where does it lies?

Presence. Encounter.


And then, I think about my love. My friend. My boy and husband, my hand. He isn't here so, I ask myself, where do you lie, Diogo?

I'm felling free. But freedom it's not a real quality for my life. I'm not searching for it. I'm already free. I'm not fighting for this. Everything is ok. I can choose things, I'm not slave of anything.

But my love is all that free me and also is love what catch me, love is what for I'm living now (since him).

Distance. Space like distance. Distance like air and like time and like everything that can put me a little away for what I use to be.

I never felt this way.

It's good to feel distance like this.

Now I think: in all of this.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Não sei compreender

Eu olho o mundo lá embaixo.
Apesar de voando,
sinto-me essencialmente
pequeno
O mundo é mais vasto.

Penso na possibilidade da morte
E ela me parece certa.

Não me interesso pelo fim
como escolha
Mas sei, eu sinto
Eis no mundo algum mistério ainda não resolvido
O morrer.

Olho o mundo lá embaixo
Filtrado por nuvens
Vejo os tetos das casas e prédios
(ninguém pensa neles
Ninguém pensa que os tetos um dia seriam vistos)

O seu amor, meu amor
Me faz quase o mesmo
Talvez não importe dizer
Mas o seu amor, meu amor
É como
Como dizer?
Eu não sei

Sinto-me privilegiado pela nossa façanha
Sinto-me envergonhado pela minha constante desconfiança

Eu estou dançando
Sobre nuvens
Agora
Ouvindo uma música qualquer
Que mesmo qualquer
Me interessa

Ela diz
A música
Deixe eu ver suas mãos no alto
No alto
No ar
E cantarola coisas que não sei compreender


...

Quindim

Tremula o céu
Doce amarelo olha-me
A seduzir
Mesmo sabendo não poder
Prova-lo
Abro a tampa
Mordo o doce fruto
É bom
Apazigua
Cheira bem
E depois a morte

A morte se anuncia
Penso no açúcar em meu corpo
Entupindo veias
E me atraindo ao reino infinito

Das pequenas e grandes formigas

domingo, 20 de julho de 2014

VERMELHO AMARGO em São Paulo


UMA VIDA BOA - Segunda temporada no Rio


trama

não é falta
não é terapia
não é exagero
não é ironia
não é nada disso
mas por hoje
se fosse determinante
dar um nome

eu seria orgulhoso
e fingiria
também não ser amor.

para depois fechar os olhos
e fingir que não existo.

a ponto da indistinção

dizem que as coisas na vida
surgem quando têm que surgir
como a manhã de hoje
levou você
- mesmo que só por uns dias -
para longe de mim.

volto a nossa casa

tudo em silêncio

converso com todas as coisas

elas querem entender
o que foi feito do nosso tenaz laço.

tento lhes explicar:

não é nada
é só um tempo
mas me olham
desconfiadas
quando eu afirmo essas coisas
sem o ponto final derradeiro.

amanheci vago

entre soluços invisíveis

fiz as coisas todas

mas sonho apenas em dormir

mesmo os versos

hoje, já não podem me ajudar

eu queria ter de novo o seu rosto colado ao meu peito
eu queria dormir de novo ao seu lado
mesmo que entre nós tudo estivesse tão assumidamente colado
e, por isso, confuso

a ponto da indistinção.

uma amiga me diz:
é preciso esse tempo.

outra reforça:
é importante separar um pouco.

eu miro a cidade
pela janela da condução
e mesmo sabendo
todos esses dizeres
eu queria sim
agora
aqui
a sua mão
o seu sorriso
a sua fome
eu queria

só que hoje não
e amanhã também não
e terça não
quarta não
quinta nem sexta

ok, sexta então
mas sábado eu viajo

e então, tudo de novo.

eu vou precisar aprender como me ser de novo
me ser em solidão.

eu não quero aceitar que é apego
porque não deveria ser assim
deveria ser só amor
só amor
o que mais pode haver?

os medos saltam de mim
pedindo reconhecimento!

escravizam-me
querendo que eu seja dependente
do abraço quente
do laçar das pernas sonolentas.

eu me perdi de mim desde quando te encontrei.

eu não posso andar perdido,
mesmo que por ti guiado.

eu preciso sim desse tempo
desse espaço
desse silêncio quase sepulcral
que, pouco a pouco, vai bordando uma sílaba
um monossílabo
uma tentativa de alforria deste melaço.

eu queria me lembrar
de quem eu fui
de quem eu era
mas só me resta quem sou
depois de você

e depois de você
eu não sou coisa clara
eu virei neblina
meus desejos me tomaram de mim
e pela primeira vez na vida
eu quero castrá-los

quero que fiquem
dias
meses
calados!
não quero saber
o que meu corpo precisa.

(ele quer você),

não!
agora não!
dê-me tempo, peito
dê-me calma, minhas mãos
olhos, eu vos peço
deixem-me olhar sem pensamento
pernas, não comecem a doer
pelos, parem de sofrer a última noite

eu quero sobreviver ao amor
eu quero sobreviver

ou

caso não possa
morro-me então
por tanto
me indefinir
por tanto
a ti me destinar.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Por entre seus cabelos

Você dorme
e eu te deixo dormir
Haveria urgência alguma
capaz de sobreviver
Vendo-te assim
deitado sobre o meu colo
A dormir?

Seu peso destrói meu pesar

Sua peso desmonta o pensar

E tudo então faz sentido.

.

..

...

Coloco minha mão sobre sua cabeça
passeio os dedos entre os seus
Cabelos
O que fazer que não isso
apenas?

Um cuidado duradouro se instala
eu lembro do que me prometi um dia
Se nada bastasse
eu então me abraçaria a você
E ali
no nosso abraço
Criaria morada.

Me sinto um passarinho
em ninho envolvido.

O amor
desde quando
Não foi possível?

...

..

.

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