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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Duvidinha

Se vc me leva mesmo a serio
Ou
Se ja aprendeu algo sobre a vida?

Mentira

É quando você fala sincero para quem não quer saber da tua azia.
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MARAVILHOSO estreia em São Paulo

Eis que então que o meu drama ganha mais gente. Que bom. Que especial e delicado isso de dizer ao outro suas expressões sobre um mundo.
Vou escrever uma sinopse não autorizada. Porque para imprensa eh sempre aquela coisa mais moida do que congestionada.
Aqui ha misterios.
Nao saber.
MARAVILHOSO me aprisiona porque eh tanto obra como ficcao destemidas. Cada uma foi sem freio buscar o amar de sua azia. Sem moral, sem preco, eis estao que o verso a mim se descortinou como unico meio. Unico jeito de deslegitimar o mundo tal qual o conheco. Sim, ainda eh tudo meu, tudo pequeno. Mas como desconfio, cada vez mais, desse treco de autoria (porque neguinho rouba tuso hoje em dia, rouba palavra, rouba dramatorgias), enfim, deixa la o mundo ser triste que eu vou aqui me rodeando de amigos mais nobres, versos maus e fortes, pura delicadeza rabiscada atraves da noite e dos primeiros sois.
Sobre a peca? Sobre o teatro? Es pura vida. MARAVILHOSO me abriu a potencia do verbo agir. Do verbo ser metralhadora precisa.
Agora chega, porque de fato meu blog eh so um lugar no virtual onde eu escorro meu desejo de pertencimento. Seja a mim mesmo, ao mundo, seja ao Oriente (baixo medio ou alto).
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55%

Nao escreverei em versos. Quero ser continuo. Ou mesmo, continuamente descontinuo. O onibus vai partir. Eu vou seguro aqui dentro. Eu hoje pensando, Diogo, apenas sobre ida, sobre movimento sem freio. Nao ha acento porque os dedos para acentuar precisam de tempo. E as palavras para nascer precisam apenas de 1 toque. 1 eh mais rapido que um. Eh eh mais rapido que é. Mais rapido ainda eh o dentro que nao se furta a aparecer.
Meu trabalho. Como amo. Ser quem eu fui pra mim. Desapego me sempre do sim do nao do certo e do errado. Viajo apenas confiante no dar se, doar se, abrir se sem hifen intermediario. Estou junto ate nos verbos nao conjugados.
Eu queria dizer que esse som na orelha vindo baixo, esse chiclete hortela, esse cabelo meu cansado. Eu queria dizer que o mes que vem esta longe, porque eh ainda neste que o seu sorriso eu encontrarei. Calma, rapaz.
Em 3h e 22min eu estarei ai junto.
Beijando vc com gosto de pipoca dormida.

Dia Afinal

E então tudo de uma só vez
As músicas se repetem
Como fossem uma só

Chegaram ônibus
Aviões pousaram
Você
Ela e Ele
Todos aqui reunidos
Na palma do coração

Plano
Voo leve
Entre um e outro afago

Maio está no final.

O amor cabe num mês.

A vida também.

Eu e você
A gente não
Precisamos sempre de mais espaço
Algo maior que as horas.

Como se chama isso?

Recognize

Certeza nunca houve
Experimento impreciso
a sensação de ter você
Se me lacro em versos
é só por precaução
Bom seria fazer o escrito
entre nós acontecer.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

algo errado


ultimamente
está mais fácil viver
do que escrever poesia.
 

recado para mim mesmo ---

oi diogo

te escrevo já faz muito tempo. não lembro quando falei pra ti diretamente. a última vez. não lembro. mas fiz um desenho nosso agora. a sua cara. a minha. a nossa. e me deu vontade de te contar sobre como você tá sendo, sobre o que está sendo, sobre como anda você se movendo.

fato é: nunca cessarás de mexer no cabelo. num outro instante, um apaixonado te falou sobre isso. e disso você, inconscientemente, se apoderou. como mexes em seu próprio cabelo. não é orgulho. às vezes é vontade de se exibir. você tem disso, ao mesmo tempo em que tem um silêncio tão afiado guardado para as horas longas de solidão.

como trabalhas, tu. meu pai. você não pára. está preso, neste instante, a tanta responsabilidade que isso te faz ser uma coisa assim sem definição. não sei se é bom, você curte, gosta, acho que agora nem tem gostado tanto, mas é você. só que num outro tamanho.

você está cuidando da sua saúde? sei que estás, por isso pergunto, para não correr o risco de esquecer também dos ventos que afagam. a coluna está doendo. você sobre a cadeira, com essa cueca cinza apertando-lhe as coisas todas. você com camisa preta. usando cadarço do sapato vermelho.

você em processo de criação com duas peças ao mesmo tempo. três. quatro. umas vem outras vão. umas ressurgem e só te solicitam um pouco de atenção. você vivendo do seu trabalho, como nunca antes. que prazer. que alegria. se te olho agora em silêncio digitando sem olhar as letras do teclado, é só porque sei, que você está em casa com o seu grande e destemido sonho: de ser aquilo que se quis ser.

parabéns. eu preciso te dizer. parabéns, não por isso ou aquilo. parabéns por aceitar-se pleno, sem receio, sem melindre, sem silêncio tentando romper o risco. aceitas tudo. você se fez assim. seu peito transborda hoje, sabia? com tanto amor. tanta vontade. tanto beijo para dar, tanto sexo e toque e pelo e barba e amor. amor. assim, simples.

perdeste tu a possibilidade de complicar o simples. és comum, mais que nunca, incomum, por aceitar a possibilidade do amor. o amor é possível. quer tenha quem amar, quer tenha a si próprio, ao trabalho, à cidade... você ama. és todo amor.

chega, porque há muito a resolver ainda essa noite.

se eu puder lhe dar uma bronca (eu posso, eu sou você), eu diria, por favor, pare de enrolar e resolva logo o compromisso agendado. resolve logo. pare de deixar tudo para o depois do laço.

responsabilize-se pelos sonhos que você fez nascer.

um beijo
durma não muito tarde, por favor

você

1 auto desenho


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Frio.

e mesmo assim
água quente
sorriso contido
mãos contritas
eita íntimo
que exigente

olho
desolho
para bem olhar
fundo
novamente

no sofá
lá fora venta
no sofá
impaciento-me
mirando seu silêncio confuso
mirado na minha tranquilidade
ausente

beijo-te?
ou te beijo?

em que ordem
nos organizar

se dentro
é quente
e frio é o fora
se ontem e amanhã
só possuem
única vez
o agora?

pausa
quero rubrica a coordenar a vida
pausa longa
por mais um tempo
rubrica, por favor, descreva
esse abismo não-sonoro
não-disperso
casa
rubrica, eu te peço
te apelo
eu não queria mais nada

exceto aqui
exceto agora
exceto você
nesse ritual
água quente
cama branca
e corpo destemido.

...

terça-feira, 14 de maio de 2013

Lista

sonhos
preciso sonhar
bate papo
bate boca
bate papo
boca
bocas
abocanhar
salto
silêncio
de novo
finalizar o fim
começar do início
ensaio
refaço
refaço
atraso
mas persisto
ciente
de que tentar
é minha profissão
meu risco
meu traço
definitivo
não
pulo
salto
não
quero
não quero
o mundo pronto
prefiro
em troca
a indefinição
dos seus lábios
imprecisos
sem saberem se vão
ou se se ficam
em mim
colados
entendeu?
deixa
fiz a lápis
apagou
pois é tarde
é tarde
e molhou
a lista
e causou
em si próprio
obliviedades.

fome ---

poema com métrica sabida
o nome expõe o jogo
dentro o silêncio
me tonteia
e se grita

ao mesmo tempo
o seu silêncio
e a fala do outro
como posso
ser tão imenso
para caber em mim
os sonhos
do mundo?

assusto-me
perco-me de mim
para perceber que não
que sim
sou feito disso ai

dessa coisa

desse treco

dessa definição
ainda não todo cosida

como se chama
aquela coisa que nos dá fome?

domingo, 12 de maio de 2013

Chest.

                                                                                               here
in my chest
is where she lives
for all the time
that still lasts
   

não ter havido

tempo
para desenrolar-me
o fio
pendente do umbigo

não ter tido
segundo exato
para fazer o corte
ressentido

tempo
para ver-me só
e aceitar em mim
o fim
o meio
o precipício

não ter tido
força para quebrar
aquilo que não
me dizia

tempo
para ver-me longe
sendo chamado por ti
e inda assim
fazendo-me de herói
fazendo tu de vítima

para que foi, mãe?
que o dia das mães
nasceu?

é um dia como qualquer outro
mãe, é um dia como outro
(mais para aqueles que esquecem das mães
do que para os que estão sempre a lembrar
sua mão
seu afago
seu silêncio ressentido
num segundo armado
de amo).

para que serve, mãe
o dia das mães?

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Perigo


Aquilo que eu cortei
não era um pelo
Era um grilo.
 

Bis


Quis mais uma poesia
para aumentar em número
minha azia.
 

ai cai


meu extrato é um haikai
mal entra o dinheiro
sai

 

lavar cabelos, levar corpos


copo vazio
hoje estou sóbrio
coexisto em mim
o silêncio sem música
e o sonho sem ópio

virá
um dia sim
antes da morte
no qual te aperterei
por uma eternidade
adoentada

dura pouco
eu sei
eu hoje sequer varri a casa

dura hoje
eu pouco
sequer varri a alma

resta tudo impaciente
adoentado
o seu calor
virou memória
o seu sorriso
ponto central
do labirinto quilômetro
no qual
dei um ou dois
custosos

passos.

flecha


sento
escrevo
como se letrando
a coluna desdobrasse
a alma do corpo morto
por inteiro.

perpasso
as tentativas de ontem
e vejo o carnê do amanhã
aludindo-se desgraças

sento
escrevo
é noite
é madrugada

do outro lado da linha
da ponte do rio da estrada
quero pegar aviões super
sônicos
para dormir seguro
sob o seu suor de cachaça

minha rima ficou fácil
depois que perdi seu beijo

vou com todo mundo
menos com o meu fiel
desejo

queria tempo


para esquecer do amanhã
que ainda não veio

reluto presente
criando dilemas
do que ainda não vim
a ser

chato
perco-me
da meada

feito fio fino
quase perdido
faço nós
e viro noz
machucada

difícil ser grande
quando dentro de si
todos os sonhos
se debruçam
na beira d'alma

oh, deus
se eu te soubesse
eu te estapeava!

dilema

parece que me cuido
só pra morrer mais delicado
que difícil é contentar-se vivo
sem fumaça
sem tonteira
sem doces afagos.

domingo, 5 de maio de 2013

;-O

como eu me sinto:

emocionado
com a ousadia
que distantes
juntos
fizemos nascer.

Não não não

Excedo o meu limite
para descobrir, perplexo
que só o excedi
porque o mesmo
nunca existiu.

Massa corpórea
voa abstrata
e se poetiza.

Posso ser tudo
Posso ser lindo
pura azia
Eu posso
porque o agora é onde o tempo
se faz e se faz e se faz
E o corpo
é onde se o tempo vai
e vai e vai e vai

Merda.

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