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domingo, 28 de agosto de 2011

sábado, 27 de agosto de 2011

Juiz

De fora, retorno agora
ao passado de mim
não todo ausento.
Surpreso,
cruzo ruas que
outrora foram avenidas.
E vejo minha história
ansiosa por revolução.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Na linha

para o risco
para a sina
de ser de novo
e a cada dia
algo provável
mas não propenso
a tombar na esquina.
poesia chata
ou seria a vida?
DE FATO A COISA TODA PERDE A GRAÇA QUANDO SE CAPITALIZA.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

easy way

tá mais fácil bater foto
do que criar raíz
tá mais fácil
ver a lua
do que o sol
sorrir
mais fácil
pegar fogo em noite de chuva
do que ver seu olhar
me olhar
ao passar por mim.
desgraça o nome disso
desgraça sonata
inversão:
tudo o que faço
sem a ti atirar
volta a mim
me perguntando
de quem tu querer tragar a atenção?

de ninguém.
eu só queria um jeito mais fácil
de me ser
sem ter que para isso
passar
por ti
por você.
   

sábado, 20 de agosto de 2011

Ou ver

Queria ter cronômetro marcado
para ter início
e fim agendados.
Queria fora o tempo
permanecer desligado.
Não serás falta
nem impossibilidade
nem copo de vidro estilhaçado.
Não serei ausente
nem puro cansaço.
Serei eu, a ti,
abraço-porto
serei imenso
incalculável.
Veja, eu estou sendo
tudo isto.
Eu estou, veja,
quando ao teu lado.
         

Far

Venta
repleto sigo
O ardor presente em mim
pede abrigo.
Para longe do impossível
para lá do teu umbigo
eu aqui sigo operante.
Que pode haver de mais inteiro que não esse instante?
Partner.

domingo, 14 de agosto de 2011

que luz é aquela que brilha na janela?

thoughts flying high, you know how i fell

\\

transmutação

a bruxa se comove em mim e não assume definição.

está impossível encontrá-la
e quando a pressinto
ela de mim se vai e me deixa
assim
improfícuo.

a bruxa se transmuta em mudismo
em torrente incapaz de fazer
germinar.

aguardo
ligeiro
ansioso
o porto
o corpo
meu
desperto
e louco
por contê-la
por dar-lhe ordem
e chama viva.

que difícil é por vezes
esse negócio called
poesia.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

alimento à bruxa


porque se eu não como
eu me mordo e me degluto
porque se eu não me tapeio
com açúcar
eu salgo a alma
o corpo e nisso
também o
sorriso.

domingo, 7 de agosto de 2011

sobre o que acho ser

estou falando da bruxa
de a bruxa
quer dizer
rememoro o poema homônimo de drummond
não me lembro exatamente o que ele é
conservo em mim
algum estranhamento
estilo esse
estilo descoberta
desse ser
desse monstro
dessa bruxa
sobre todas as coisas
não-ditas
não-sabidas
nem assimiladas

estou me perguntando
por que foi que num dia eu me voltei contra o travesseiro
e acordei (nunca antes)
decidido a escrever um poema chamado a bruxa

poderia ser a busca
estou decidido, porém,
de que seja bruxa
tem um horror
tem um tremendo horror
o dessa ida
o dessa investida
que eu ainda tô tentando compreender

e me toca
me comove de um jeito
que eu não sabia

eu pensando
o que é essa presença
que me afaga
e determina
ao mesmo tempo
o que é isso
que me assusta
e rompe
com as certezas
mais ínfimas?

não sei ainda.
acho ser.
busco ainda
o que possa
vir-a-ser.

primeira tentativa.
faz alguns dias que não paro de pensar
portanto
estas são apenas algumas palavras
o poema
que virá a ser
talvez aqui já esteja reunido

durante este agosto
eu vou nisso inteiro
e destemido.
 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

sobre a poesia neste mês de agosto

eu vou passar o mês inteiro tentando escrever um poema cujo nome eu já sei:

a bruxa


deixo nesta primeira postagem apenas o título
nas seguintes
começo a desbravar o desconhecido
aquilo que dorme comigo
me alimenta
e foge ao
nome.
   

Gotejo

escorre lenta
umedecendo
o trancafiado

esse recreio
no dia de hoje
foi mais ágil

cheguei
apanhei
e me voltei a mim mesmo

outra vez
solitário

lágrima coagulante
dorme dentro
perdida
mas reinante

se posso com isso?

ardo duro
flamejante
e persisto

isso eu sei
dormindo
em meio
aos sonhos
dos amantes.
 

Anestesia

para te privar de mim
assim
tão bruto
e por inteiro.

para me livrar de ti
um pouco
passatempo impropício
passageiro.

para livrar a natureza
dessa experiência
disforme
e dilacerante.

aqui estou
braços abertos
pulsos propensos
ao esquecimento
daquilo que arde
dentro,

aqui estou eu
de novo
lançado aos extremos
colorindo com calma
essa massa
cinzenta.

posso ficar mais calmo
posso te esperar
eu posso
mas você não vê?

isso não é jogar
isso não é nada
eu prefiro me anestesiar.
eu prefiro me anestesiar,
             

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

há!

vc se esqueceu de alguma coisa?
não. tá tudo aqui. tudo em ordem.
tem certeza?
nenhuma. mas tudo bem, sempre foi assim.
assim como?
sem certeza.
entendi.
e então?
e então o quê?
a gente sempre fala isso.
o quê?
"e então, e então o quê"... já percebeu?
já.
falta assunto, né?
não. falta amor.