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domingo, 23 de julho de 2017

Mais que nunca

Seria preciso desenhar o futuro
em caso de desistência
do instante presente.

Esboçado, com traços a lápis
talvez, diriam os homens da ciência,
seria preciso ir com prudência.

Seriam bem vindos os cânceres.
Todos seriam bem recebidos.
É tudo sobre eles.

E sobre essa dor.

Esta dor, um dos homens sinaliza
algo sobre a mesa branca.

Um músculo retesado
um pedaço de vida
Isso é vivo?
Se se mexe, podemos afirmar que vive?

Em silêncio,
eles observam confusos
a perdição de sua época.

Seria preciso acabar com a poesia
Ele afirma: é ela que nos desnorteia,
não sabemos andar sem metáforas.

Mas,
uma criança arromba a porta
e afirma:

Devolvam meu brinquedo!
É meu!
Devolvam!

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Talvez depois

Viria então uma tragédia
Possível, mas indigesta.

Algo de súbito mudaria
O curso dos caminhos
Desnortearia o desejo.

Não sabemos o que aconteceu.

O dia tinha sido ameno, mas
As notícias ganham corpo
E volteiam os mais sórdidos pensamentos.

Não. Não pode ser.
Ouviram alguém dizer.

Mas sim. Já estava ocorrido
Já tinha entornado.

O horror
Que horror?
Hoje caminha lado a lado.

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