A violência neste rio não termina em afogamento.
Termina antes no calor profundo
na correria mata adentro
Termina alvejada e não úmida
termina sem chão
arrastada
em praça...
Neste rio a violência não termina assim.
Ela volteia sobre si própria e refaz sua condição.
Hoje ela sapateia sobre si mesma
e nos revela esta opção
uma estranha possibilidade humana, não?
Ser o que hoje fomos?
As palavras não servem mais
os jornais hoje não conseguiram inventar mentira maior que a realidade.
Durmo no despertador
pronto para acordar com um alarde
que não mais beijo
que não cantoria
Pois dormem os pássaros famintos dentro de cavernas fora de moda
Pois amanhã o dia nascerá por preguiça
virá pelo hábito
e a cidade enfim
poderá respirar
e se perceber
o quanto estou suja
por todos os lados.
estarei morta?
ou me fizeram carnaval?
são jogos de verão?
ou sobre mim
despencam os raios de zeus?
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