Não pense em desperdício.
Eu hoje sou todo consciente, uso estas palavras hoje para me lembrar disso.
É fácil se desgastar. É fácil ser over, eu sei como ser aquilo tudo que não convém falar.
Bom, eu queria dizer
eu aqui dispondo verbos e nomes
eu aqui tramando sonhos e pesadelos
eu aqui neste meio de madrugada
trocando ar respirado por linhas inventadas
eu suprindo no jogo a minha condição por vezes inoperante.
Não posso pensar então em desperdício,
se devolvo ao mundo a possibilidade do sentido
se devolvo para além deste corpo a possibilidade de um sonho
um verbo erva mexido
um pólen convertido em metonímia
uma linha confundida em decisão
Não posso então pensar em desperdício não,
porque tudo isto pode servir mais adiante.
Se hoje eu sigo intranquilo é só por isso
é só por ter me reconhecido alguém cambiante
alguém capaz de torcer os pés
mas continuar sobre estas linhas delirantes;
Eu quero dizer:
nada disso resolve esta vaguidão sobre o peito,
mas, ainda assim, são diversões à alma
ração aos sonhos mais profícuos
são os saltos mais imensos de todos
onde eu em mim me realizo.
Não é desperdício
é doação.
Não sou desperdício
sequer construção;
sou hera movediça
sou hora imprecisa
Sou chave e tranca
sou parentêses e silêncio.
Eu sou em mim meu fim e começo,
mas tu, tu és o meio pelo qual eu trafego
e me sejo.
2 comentários:
é triste ser over.
e convém falar,
é triste.
ontem quis postar no meu blog
e queria usar um dos efeitos
de foto
do teu programa novo.
aí lembrei que não foi possível.
ah. :(
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