Disponho-me aqui inteiro
para não cessar esta capacidade
de se organizar sempre de outra forma
De outro jeito.
Deito-me sem receio
e faço do não-saber meu principal recreio
minha fome ânsia e devaneio.
O que sou de mim perdido aqui aglutina.
O que grito calo ou falo
aqui, meus caros
reverbera-se em rimas sem fim
eu me vejo naqui refletido
e com tempo processo o meu tempo
Eu sou mais do que sou quando assim
versado em ousadias
rodeado de metáforas
ausentes no chão sujo desta cozinha.
Mas,
disponho-me aqui inteiro
para não perder o costume
de se ver sempre indo e passageiro
sempre rindo a escuridão
e desautorizando o jeito de se portar
e a hora de se deitar.
Eu paro.
Meu corpo range profundo.
O que pode haver dentro de mim querendo me fazer dar um grito?
Não pode ser um dragão.
Me calo e dormirei – hoje
Exaltado.
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