Para o quê, você me pergunta, para o quê?
Eu não sei, eu te miro, como eu vou saber
se seco eu sigo sem tinta sem nada exceto o alvo
preciso e lacrado:
seu peito (de outras vezes hoje inda mais coagulado).
Para que isso em sua mão, você me pergunta, para que isso ai?
Eu resvalo escondendo a pena, eu te miro, como vou fazer
se agudo eu sigo inseguro indo centro a você
preciso e abstrato:
seu verbo (e tudo o que fui incapaz de lhe dizer).
Para que, você não cessa, para que isso assim estampado em ti feito busca?
Eu persisto, sem combustível, eu lhe digo que você assim nessa posição
que você assim nessa configuração chama ao extermínio
eu por vezes sei ser preciso
eu hoje te digo
és página em branco para os meus desastres.
Você cala. Você sabe. Não fui inédito. Entre a gente não houve novidade.
A gente nasceu junto e acostumado. Nada meu em ti cria brilho ou sugere outra rima
que não esta
tenaz
rima refeita e sempre de novo refazida, amor.
Não há nada aqui exceto o desejo.
Ou seja: páginas em branco
à espera de um desastre (qualquer).
Façamos (
o desastre
) acontecer.
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