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terça-feira, 1 de março de 2011

Pleno

Tendo cada segundo um toque na pele específico.

Tendo este silêncio sido inteiro e preciso.

Por que corres? Lhe pergunta a lebre
ou o cão das gengivas avermelhadas.

Corro porque tenho calma.
Corro porque tenho fome, mas
sei como orquestrar o corpo inteiro
a fim de me parecer algo destinado
à glória e não somente ao passageiro.

Vertigem.

Sob a luz ele brilha
no escuro faz poesias.

Como pode assim se ser? Lhe pergunta o peixe
ou a coruja fúnebre que o réquiem lhe veio doar.

Eu não sei
mas sinto a pele plena
agregar-me todo o rol dos sentidos.

Você sente? Te pergunta este menino
de olhos remelados e de pele nua
e mexida.
                        

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