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sábado, 11 de julho de 2015

dia dois

há doenças outras para além da gripe ou da sinusite. para além da diabetes hoje você foi tomado por outra insuficiência do corpo: foste hoje tu todo desejo. que vício pode ser esse de um homem não? estou espantando comigo mesmo e isso não é reclame é antes revelação.
persiste o corpo sobre o tempo e trepidante em camas cadeiras e dentro do hotel lacrado.
hoje minha mãe virá.
e tomamos um vinho e eu estou sendo como nunca antes o meu melhor amigo. as palavras me ajudam a reter o que vivo. estou disposto a sair mais cuidado depois de tudo isso.
que falta de cuidado. antes uma reclamação profunda do que um reconhecimento de si. eu fechei os ouvidos a mim e abri a boca.
quer chutar quer morder chupar? quer? queria não fosse hoje sábado e amanhã já agosto.
eu caminhei por longas ruas eu vi amigos eu compartilhei a destruição do caminho cotidiano. disse palavras profundas e mesmo não cabisbaixo eu baixei a cabeça para concentrar minha incompreensão profunda que é: ser desprovido de si por inteiro.
seria pretensão demais querer unidade?
por que me tem sido tão difícil lidar com o meu retrato tal como ele me é?
estou sendo injusto comigo. minha filosofia resta imparcial e seduzida pela destruição de tudo (mas sem abrir caminho). eu estou me esgotando sem me ensinar a continuar.
eu não me dou um único conselho.
eu afirmo: deixa assim porque o assim é o que tens.
sobra ira e menos piedade.

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