eu cheguei ao ponto
onde devo parar.
para os próximos tempos
menos tempo
de mim
haverá.
doem as costas
o corpo produz dobras
que após desdobradas
viram marcas
como cortes
certeiras
ainda que tortas
marcas
como as deste tempo
não são passagem
são dobraduras
cheirando
tonteira.
cheguei ao ponto
eu paro
e olho para onde?
para a fixidez
deste segundo
no qual certo
transpiro
inquieto
não precisar de nada
para além
disto
disto
só isso.
hoje
menos que ontem
minha fome
dorme apaziguada
aprendi a amar
quando em falta
o silêncio
de forma que quando frente a ele
agora
e amanhã
agora
e sempre
posso restar
mirar no olho
e fixo sobre o ponto
encarar a dúvida
sobreviver a interrogação
não saber nada
ser não como quem sabe
ser apenas
como quem
estou.
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