é raro
o instante preciso
em que ao escrever uma letra
eu esteja
comigo mesmo
e com meu tempo
conectado.
as palavras voam sozinhas
levam o sentido
inventam discursos
dizem coisas
que desconhece
o íntimo.
é raro
quando me pergunto
é mesmo isso, diogo?
ou suas rimas
querem apenas
fazer som
bonito?
é isso, diogo?
queres mesmo dizer que hoje tanto faz
queres mesmo dizer que seu peito é tenaz
ou foi apenas fácil
rimar dor com sinceridade?
é isso, diogo?
ou sua poesia já não o diz
ou sua poesia já não lhe faz parte
apenas,
imprecisa
transita firme
entre números marcados
sua poesia
firme
transita
entre firmas
criadas
e nisso
tu nem já sabe?
eu não deveria te dizer, diogo
mas essa cerveja
esse som alto
estourando a possibilidade
deixam a gente
demoníaco como o diabo.
não vá fazer filhos.
não vá fazer mais filhos.
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