eu me erguia tranquilo
e trocava a música que me incomodava.
antes eu enchia a taça
sempre de novo
para impedir que a embriaguez
me fizesse sala.
antes eu me erguia tranquilo
sempre tranquilo
e os joelhos sequer falavam coisa
sequer estalavam
eram fluidos
eram livres
eram lindos
mas passa
passa
mais e mais
a casca engrossa
e a coisa
engasga
hoje
me ergo tranquilo
com consciência abalada
produzo mais que tenho
devo mais que deveria
caso meus joelhos
tivessem
o jogo
que minhas palavras
teimam
em deter.
libertem-me.
eu as peço.
mas formo com isso
frase de estranho efeito:
eu sem elas sou silêncio
elas sem mim
são pobre enredo.
deixa
por hoje
talvez
nada
de novo
e
mais
uma
vez
FEITO.
hoje talvez
NADA FEITO,
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