não são redundâncias.
poemas de amor
são enredo sem fim
costura a fio
firme
cheirando a aço
e osso.
poemas de amor
são os que escrevo
quando o beijo
me chega
meio morno.
tenaz
tentativa
de transformar
de vez
o seu silêncio
em explicação
possível
à pele.
poemas de amor
não nascem
quando sei que posso
quando sei que
te tenho
te tenho
nascem
oh, poemas!
de amor!
quando sei
que na sua boca
cabe mais
que não somente
nós dois.
nascem os poemas
quando de amor!
se por acaso
ou se
por caso seu
eu não esteja tão certo
do nosso
a saber
do nosso
do nosso
laço.
nascem os poemas!
os de amor!
apenas quando
apenas quando
apenas quando
a sorte
se embriaga
e eu já não sei
mais
se eu te basto
quando eu já não sei
mais
se tu
apenas tu
você
me segura
por uma noite inteira.
nascem poemas de amor
apenas quando se duvida
da sua potência.
nascem amores
em poemas
apenas
quando
não se tem nada
a fazer
nascem apenas
quando
como agora
quando
como agora
assim - como agora -
eu
aqui esteja
eu
aqui esteja
sem você
eu sem você
(que nem ainda
eu sem você
(que nem ainda
sequer vi
uma
vez
que
fosse).
viste?
nasceu.
mais um
acabou de nascer!
que
fosse).
viste?
nasceu.
mais um
acabou de nascer!
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