03/01/2010
Mais uma vez, eu estou aqui diante de você. Que suspense esse a nos coser, não? Onde eu venho e você me recebe e nunca é possível nos satisfazer. Quando eu venho e você não me recebe, o que se traduz em seguida, aqui em mim, é de novo um tentar, nunca em mim o fim poderás dizer.
Romper das linhas talvez. Dos gestos. Do modo como eu em ti me opero. Paro um instante para nos escutar, mas você é tão pouco ruidoso. Penso se às vezes não seria bom ouvir você falar. E então te contemplo, sim, sobre você eu perco meu tempo. E então é no vazio que antes em você eu previra, é neste vazio que você me acena outra possível investida.
Então invisto eu de novo sobre seu corpo. Invisto aos gritos, por vezes vou pelo seco. Faço sangrar tua pele, mordo devagar, espeto a barba nesse pensar e dele vou tirando a sina que nos sustenta. Você é meu vício. E vício, por definição, não se abandona. Vício se enerva. Hoje um pouco, amanhã inda mais. Você é meu vício e que bem que isso me faz.
Eu pulo por sobre teu corpo. Que imensidão esta a que me apraz. A que me puxa. A que me faz. Dou-lhe nomes, invento rimas. Em você nenhum dizer meu se perde. Tudo meu em ti se eterniza. És meu tempo, és meu espaço. O meu amor pelo mundo em você eu testo e refaço.
Hoje mais, amanhã talvez mais um pouco. Quando eu me perco em você é porque talvez já esteja perdido em outro. É quando então você me judia, ao invés de me ajudar. Quando sequer me permitir aceitar que certas rimas são incapaz de rimar. Que certas palavras deveriam morrer e não se cultivar. Você me contraria, faz por ciúmes, por medo talvez de perder minha loucura. Deixá-la ser curada pelo amor.
Mais uma vez eu aqui tentado tentando a escuridão. Ilumina-me, que eu lhe dou vida.
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