Ou que fique plena
feito poesia duradoura
e certeira
ou que me abandone
e não mais me seduza
o olhar.
Ou que fique esquecida
nos livros que escrevi
sem lançar
ou que apenas pisque
e aceite em vida
não ser notada.
Eu não quero carregar comigo essa tristeza-metáfora.
Eu não quero cortar uma veia para fazer verso
Eu não quero pular da janela tentando ser literatura fantástica,
não.
Eu quero ser porto seguro:
poeta impreciso atravancado num corpo homem pleno e sem desastres de cinema.
Eu quero ser coisa inflamável
mas amena
coisa que no tempo se coordena
e sorri seus desvios
a tempo de neles não se perder
de novo.
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