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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cheiro

A sua morte passou já faz tantos anos
que começo a não me lembrar
de ti
A todo e qualquer momento.

Outro dia foi seu aniversário
Quer dizer
foi o dia em que você nasceu
E isso por mim passou
sem marcar data

nem lágrima
nem sequer consciência
De um esquecimento.

O seu som diminuiu

O seu cheiro ficou lá longe

Eu hoje
trago você feito lembrança morna

e incapaz de ser ventania.

Eu escrevo isso tudo
apenas para ter ciência
De que por mais que escreva
eu nunca hei de gastar
para sempre

essa rima

que sempre

finda

em

morte.

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