sobre tudo que é raça e jaz hoje dissipada
sobre as cores das peles hoje esquecidas
estupradas
traz o vento da noite a poesia
e reivindica existênciachoca o chão os pés dormentes
batem-se as mãos repetidas
e carentes
se morreram não por querer
morreram-se fazendo do sangue tinta
e vindo a nós pelo tempo inscreverfica permanece dura
pode usar meu corpo
ele é duro, mas cede ao toque
cede ao arco à flexa cede ao barro
ao toque, simfaça sua história correr veloz logo aqui
e mais aqui outra vez agora
ganha sobre meu corpo sua eternidade
e não vá emboranão vá embora,
permaneça imberbe sob forma natural oh poesia
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