quero ficar aqui
descobrindo
retirando eternamente esse lençol
que me devolve o mundo
devolve o mundo assim
menos doente
menos distante de mim,
ainda assim
aqui eu posso ficar
desvelando as ações que as fazem o mover
justificando a necessidade do girar,
é esse nosso destino
investigar o porquê não da vida nem da morte
mas do impulso,
impulso que num lapso se concretiza em absurdo
aqui o investigo
num só impulsionar
quanto ar pode haver assim
que me faz silenciar para ouvir um em cada respirar
quanto ar pode haver que nos faz assim tanto suar.
tempo,
eu sempre te evoco.
peço que me devolva o apuro
para desenhar o improvável
o cortante
o bruto
para dirigir as mãos
e fazê-las na própria surpresa de seu susto,
eu sigo dizendo
não é nada
nada que não possa ser tudo
e sendo assim
fazendo o que faço
devolvo mesmo o mundo de novo a mim
a ti
a quem ali estiver
pronto para receber
aquilo que hoje aqui em mim
é incapaz de se manter.
.
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