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segunda-feira, 23 de março de 2009

Pêssego

As coisas voltam, não fique assim
Elas dão voltas, foi o que quis dizer
Hoje aqui amanhã num talvez
Talvez seja mesmo assim
feito o pêssego que desprende e rola inseguro
até um deitar entre-lábios.

Vão também eu sei mas voltam
O destino é esse, não percebe
um ir.

Todos temos os destinos
tememos também todos os meninos
porque não sabemos o que farão em nosso corpo
e os meninos hoje em dia
cada vez são mais veludos.

Cada vez mais um pouco agora
e depois cada mais vez pouco
restando o corpo assim rouco
corpo todo torto
pois louco
de amor.

Insista, persista
nessa curva do pessegueiro.
Siga a ondulação dos caules
e se preciso
contorce-te todo
e exploda pelo meio,

primeiro
pelo meio
segundo
pelo abandono

da semente destemida
desencapada
desveludada
dá-se de morta
e obtusa

para de novamente novo vir a ser
outra coisa
que não isso hoje entre eu e você,
mero esquecimento.
.

Um comentário:

Vanessa Gomes disse...

Contorce-te de dor
pelo gozo descoberto
no corpo coberto do veludo.
O desejo vem em espiral
num calor indecente
e ilógico q condena
o que está morto
ou escondido.
Não cabe moral entre quatro paredes
do quarto
do banheiro
do elevador
...
não cabe nada

Talvez um pêssego

Um caule entre-lábios
dividindo
o que pode vir a ser
entre os entres
agora desencapados
de
um
tudo.

Di...adorei o texto
Tava mto tempo sem vontade de escrever
vim aqui
e me vi sensível
e pensativa
Adorei!!!
bjsss meu lindo

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