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quinta-feira, 26 de março de 2009

Manhã

O café resvala aos pingos
O braço sobre a mesa
tudo é desconforto é contínuo

No rádio a perdição dos corpos
dos outros
da menina que morreu atropelada
do pai que lançou ao chão outro
do chocar entre vidas que resultam
em resto

Sobre a mesa
o braço aguarda ser perfurado
o sangue circula desconfiado
serás sugado
serás, sangue, desviado
para isso
amarra aqui esse elástico
comprime no pulso esse dado
e o colete
perfurando a pele
e eternizando o segundo

Enjoa, corpo
nublado fique sem saber onde está
lance para dentro de si todo açúcar
para não escorregar nem no chão restar
todo esse açúcar, sangue
não mata antes de te salvar

Enjoa, corpo
Nublado fique até se reencontrar
Nublado fique até amanhecer outra vez
e noutra manhã
quem sabe
você há de se encontrar
quem sabe há.
.

Um comentário:

juliamarini disse...

Essa imagem tá demaisssssssssss!!!
e sobre esse texto, vc precisa se cuidar...

Saudadessss!!!

bjs*

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