a sombra me persegue
e por mais que eu a olhe de relance
nunca a surpreendo o bastante
para vê-la parar
assim
diante de mim,
por mais que me confunda
posto seja sombra
é no continuar do meu corpo
que a dúvida também me abandona
e o que resta é solidão
pura escuridão dos sentidos,
a sombra me persegue
mas o seu chegar não é destino
seu chegar habita em mim
fosse eu feito precipício
limite para existir
a sombra
ou não,
se deixar de me perseguir assim
para onde apontará sua seta?
serás sombra minha escuridão no dentro
ou serás luz
transferência verão-outono
ou simplesmente
sombra-primavera?
persiste, sombra
disputa em mim o que possa ser essa escuridão
seja meu espelho sem reflexo
seja no obscuro o meu protesto
a minha própria indagação
o meu tentar fazer compreender
eterno sobre o que possa ser
isso que ontem me tornei
e que hoje não consigo mais
não ser..
.
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