toda noite
a mochila lá
os pés aqui
o colchão
sempre sob
sempre sob os rins
os pelos
e penas.
sonho.
toda noite
silencio o tormento
do corpo
toda vez
refaço o lamento
e tento
remendo
redundo
des
oriento-me.
sonho de novo.
sem medo
de hesitar
medo improvável
esse do se assustar
eu sigo
sob o colchão
a poeira
delineia a confusão
enquanto o espírito
livre
posto perdido
desorienta-se
divertido
flertando abismos e precipícios
poéticos, sempre poéticos
tudo é grandioso sob o edredon
tudo é disperso
sonho.
eu sonho.
no centro
da casa
eu sonho
profético
há beleza
na disposição da mobília
no guache sobre a mesa
nas unhas comidas
dicionário.
sobre a mesa
analogias mil
que pode haver de mais grave
do que este silêncio
pelo qual
as rosas caem sobre o chão da sala?
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