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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nimesulida

Nu

por completo

meu corpo resta esperto

querendo fazer de si

alguma construção.

Obstruído

aos pedaços

minhas partes se comovem

todas elas

hoje

na contramão.

Querem ser verbo onde houve silêncio
canção onde houve pausa
minhas partes querem ser atrito
onde não houve

- hoje -

nada a agitar os sentidos.

Durmo então morto

durmo inteiro e sem roupa que de mim se apodere

durmo no frio desta chuva que acabou de chegar

durmo sem café sem almoço ou janta

durmo sem querer
sem parar.

Meu sono hoje é protesto
contra a acomodação da vida
neste mesmo lugar:

de novo sem nome
de novo sem rumo
de novo só fome
desejo-desespero.

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