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terça-feira, 30 de junho de 2009

sim, meu retrato.

as paredes estão todas tingidas
de letras e símbolos que você cunhou
para se compreender

tingidas as paredes persistem
feito nela tatuagens não há como se abster
por isso, seja aquilo que te deu nome
seja aquilo que lhe dará fome
quando nada mais disso tudo
lhe fizer sentido

deite em sua cama
veja se está limpo o umbigo
porque faz-se um caminho
nesse processo todo
que muitas vezes é silencioso
não quer dizer não ser ruído
quer dizer que não se percebe
como criamos em nós
nós mesmos
nosso inimigo

porque assim haveria de ser?
eu me sabendo por inteiro me parto em dois
num canto sou eu resistindo, preciso
no outro algo meu, me colapsando - me coagindo

de um lado a existência que caminha
do outra, a que paira (em meio a desejos, ânsias
e coisas meio abstratas)

eu sou então assim feito
disso que sou eu eu sinto eu sejo
e disso que eu escondi de mim
disso que me enganei
mas que sempre num lapso encontra saída,

eu me peço
não se tapeie mal se começe o dia
mas se o faço, logo acontece
uma parte do corpo endurece
um sentido se agiganta
e o corpo confunde o dançarino com a dança
e lá vou eu outra vez - inconsciente -
sapatear sobre você minhas injustiças
meus amores doentes,

todos sem regra
todos confusos mal amados
posto queira eu uma coisa
e a que não quero, deixo sempre de lado
como o lado fosse alguma outra parte
que não esta que me completa o corpo.

deixe.
eu fico absorto
eu ando lânguido
eu posiciono as mãos
sobre o rosto, para, enfim
envergonhar-me por não ser tão completo

por não ser assim tão completo
que não possa sequer juntar num só pacto
esses pedaços distintos de mim,
mas que são no enfim,
o meu retrato
sim, meu retrato.


ones all not then the others
other of all of the onesone of all of the others

.

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