diz sobre um voto
em silêncio
que eu dou a mim mesmo
permitindo à pele
o seu próprio desbravar,
à pele
eu mesmo consinto o desejo íntimo
do se despedaçar
olho a janela
olho mesmo, neste instante
vejo o que é disforme
na nuvem passante
o tempo sinaliza um frio que inopera
o instante,
por isso tudo é mais agudo
tudo se torna enfim mais gritante
na raiz dos cabelos
no descer da nuca
a espinha traz tontura ao corpo
não há mais nada
neste momento que faça valer
exceto o vento correndo esperto
pela planície do corpo excitado
excitado pelos segundos
corrompido pelas horas
através do relógio
há que me dizer
o que fazer neste agora
há que me dizer
e agora? o que pode haver
e agora, o que pode?
.
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