esse espaço reflete bem o meu dentro, aqui, no íntimo, o meu tormento.
entre aqui e vislumbre, por sorte tua, talvez, um pedaço concreto de chão
nisso imagine, é a minha lucidez que vem em partes, despedaçada, é ela que vejo assim
desnorteada, aparecendo em películas, mesmo sendo tão assim desejada.
é que quero te limpar, lavar o corpo toda a extensão
mas uma mão muito enorme afaga a calma dos dias
e os dias agora são mais calmos
em sua disfarçada agonia.
eu entro, o silêncio predomina
mas se persisto, posso ouvir um gemido incontido
um filho verme de autonomia
anti-monotonia
antes eu até sabia
agora porém tudo jaz mesmo confuso
tudo neste espaço arreganha-se
tudo que antes era agudo
resta agora obtuso
avassalado.
assalariado.
é essa a verdade.
eu comprei esse estado
eu o alimento
entre cama verbo e protesto (dentro)
o corpo há de explodir primeiro
a tinta está correndo (dentro)
e será no extra-corpo-rolar
que tingirá a impaciência
dos dias.
deixe estar
eu me digo à hora passada
que a canoa há de voar
e o atlântico
enfim, nos abraçará.
Para Helena.
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