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domingo, 9 de agosto de 2015

Eu poderia dizer... Ou: Dialética.

Que a razão de tudo é uma só:
Eu te amo.

Eu poderia dizer isso. E estou dizendo.
Se há verdade ou se brinco em poesia
Não cabe dizer. Só de especular a vida
Já se movimenta energia.

Eu te amo. Ou: muito te amei. Ou mais
Sinto a sua falta. Ou mesmo poderia dizer
Que desde sua partida não soube como continuar.
São aspectos do ser sincero
Que não se pode se furtar.

Eu poderia dizer que há orgulho.
Orgulho meu.
Que há desconfiança e medo!
Medo!
Palavra abismo capaz de tudo reunir
E muito mais multiplicar.

Eu poderia dar desculpas
Eu poderia escrever e inventar
Eu poderia simplesmente me colocar
No seu
Lugar.

Mas não.

Já brinquei de te escutar
Ousei me ver por seus olhos
Ousei me mirar de longe
E me critiquei
E me machuquei
Mas já não dá:

minha interpretação final para além
de tudo ser lindo, é mesmo esse
Mau estar
Propiciado pela sua falta de humanidade
Pelo seu vício burguês de ser
Coitadinho.

A Dialética eu já conhecia antes de te conhecer.
O que eu ainda não havia visto era essa febre
Sua
Do se auto se compadecer.

Perdi o tesão.
Cortou minha energia.
Rompeu meus elos, enfim
Destruiu minha vida.

Doença contagiosa o seu sorriso
Nada de bom em mim hoje
Permitirei
Desabrochar.

Feriste meu peito no centro
E perfuraste um nervo.
Sobrevivi porque dizem
Não quebra o vaso ruim

E de tanta ruindade
Estou cheio.
Cheio.

Hoje
Por você
Só essa mesma trilha sonora:

Repúdio
Nunca mais
Distância
Guerra mundial perdida na História.

Sobrevivi.

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