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sexta-feira, 5 de junho de 2015

no acaso de um verso

eis um corpo muito vasto
o de uma cidade como a nossa

as ruas não cessam de aparecer
os nomes não dão conta

penso com um leve desespero
que há muito espaço a nos preservar

um do outro

mas, a nos reunir
sobrevive o tempo

ao mesmo tempo, num acaso qualquer
haveremos de nos estranhar para nos reconhecer

e será provável numa mesma rua
esquina ou bar

escrevo como falo
escrevo como desejo

para depois desdesejar
e seguir tomando chás

neste silêncio profundo e
lindamente fora do tempo

e livre de todo espaço
exceto este mesmo:

oh

da poesia.

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