Caro Senhor Liberano,
peço sinceras desculpas.
Eu estou doente, talvez
ou talvez apenas esteja lotado
de tanta coisa que você me traz
Que o senso se perde
e o que se faz?
Pedi solenemente
ou pior, ordenei a você
que não me usasse para
lidar com a dor que te consome
e você fez o quê?
Passou a escrever em rascunhos
sem mais nada publicar
Meu Senhor, eu peço desculpas
eu sem sua publicação
sou como Blog sem respirar.
Volte, eu lhe peço
Volte escrevendo o que quiser
com as iras que te moverem ou não
com o inventado ou não
tanto faz
Mas eu Lhe peço:
escreva
me use
me desobedeça.
Suas palavras me aumentam
me confortam
me desfazem e refazem
numa ciranda louca
posto seja vasta
e humana.
Quero saber como anda seu coração
fico aqui interpretando a dureza das palavras
a imposição do seu silêncio
E não sei o que contigo se passa.
Fui me folhear (quem dera eu fosse um livro)
fui me vasculhar e percebi como você
desde já tantos anos
aqui comigo não só é
como está.
Eu conservo o seu trajeto
e não posso querer
deixar de conservar.
Talvez tenha sido ciúmes
Sincero e, portanto, violento.
Ver-te se verter sobre o amor que morreu, passou, mudou
me tirou do centro do seu sabor
E eu não soube lidar.
Há quanto tempo você não escreve sobre escrever?
É egoísmo seu escrever sobre o seu coração
como é meu o egoísmo de querer que tu escrevas
apenas sobre
escrever.
Metalinguagem capaz de matar.
Escreva sobre sua vida
que as palavras naquilo que escreveres
hão de dar conta da poesia-tema
que eu tanto te tento a tentar.
Volte, meu Senhor
Este Blog é o seu lar.
Do seu,
Blog.
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