seco
persisto no filme-janela
pela qual passam por mim coisas
e pessoas
e nelas refletidas
as minhas sensações
estremecidas,
me faço bem
vendo no outro
rimas minhas,
me aconchego
vendo em ti
minhas dores
minhas idas,
todas elas
as boas e as terríveis
as idas sem volta
as voltas sem mão,
que atenue a distância.
olho pelo vidro,
no olhar a lágrima descansa
não quer cair
quer apenas ficar
virar ruga
pedra
virar lembrança.
por isso eu a deixo
que posso ser que não somente porto?
para ir vendo sair de mim o rio
ir vendo sair de mim a torto
e a direito
tudo aquilo que no outro
eu vejo
que concebo.
é lindo estar vivo
e perceber-se indo assim.
é forte é duro é pleno
a poesia por vezes
é tudo o que resta de mim.
pedaço
fragmento
pequenitude:
dor fantasiada
de estrela,
com luz e tudo.
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