ele e ela
tentam ali
fazer compreender
que costura é essa
que além de os fazer
também os faz sofrer
que desejo?
que não-compreender?
é possível viver de novo
e redescobrir o que é morrer?
possível de novo se chocar
e se bater
e repetir
tentar fazer compreender
o que é isso entre a gente
que nenhum nome
é capaz de dizer?
eu me ergo
estou de pé
os sapatos lustrados
tentam no mover
sentir um entender.
um sentido
por ele eu grito
sapateio e giro
eu repito
e de novo
outra vez me implico
o mesmo passo
revivo a mesma dor
sangro de novo
até achar no mar vermelho
a cor nossa
nosso matiz
o nosso amor
é isso?
repita, por favor
repita esta aquela
e essa dor
repetindo poderemos ver
o que era aquele silêncio
que um dos dois
não quis verter.
que silêncio era aquele
que calado no íntimo
lacrado posto impreciso
gerou a dúvida que hoje
nos gerou.
o seu silêncio era ódio
ou o seu ódio é
que era amor?
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