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Marcelo - Diogo, noite de domingo, dia 25 de julho de 2011. Havíamos conversado no início do ano e você prometeu que eu voltaria com mais perguntas, mas acabou demorando a me chamar de volta. Por quê?
Diogo - Oi, Marcelo. Pois é, eu jurava que ia te chamar no mês seguinte, mas aquela coisa, correria geral, muita coisa acontecendo e eu jurei que você não fosse se importar. Peço desculpas.
Marcelo - Você tá me pedindo desculpas?
Diogo - Tô. Me desculpa?
Marcelo - Claro, claro, sem problemas. Mas fala ai. Como estão as coisas?
Diogo - Que coisas?
Marcelo - As suas coisas. O entrevistado aqui é você. Conta pra gente. Como você tá?
Diogo - Tô com sono, vou ser sincero. Na verdade, não tenho muitos motivos pra estar acordado até agora, mas sabe?, depois que você passa semanas dormindo muito tarde, seu corpo meio que duvida quando a madrugada começa e ele está de bobs.
Marcelo - De "bobs"?
Diogo - É, de bobeira, sem nada a fazer.
Marcelo - Você está de bobeira, então?
Diogo - Agora não. Agora eu tô conversando com você. Tava com saudade, é verdade. Faz quanto tempo? Você falou desde janeiro. É muito tempo. Podia ter ligado, mandado mensagem, eu ia te responder.
Marcelo - Não quis incomodar, mas me conta. Já estreou aquela peça que tava te tirando o sono?
Diogo - Pois é, ainda não. E confesso, não é por causa dela que eu não tô dormindo. São muitas peças, muitos projetos. Às vezes eu fico me perguntando se eu não tô embaralhando o caminho e me perdendo pra nunca mais encontrar. Sabe como é?
Marcelo - Não. Como é isso? É como você tá se sentindo? Alguém que embaralha o próprio caminho e tropeça logo ali na frente?
Diogo - (Risos) Não é bem isso. Não é pra tanto. Eu sou exagerado. Eu quero dizer, às vezes é tanta coisa que parece não fazer sentido. Parece que vai dar tudo errado. Eu não sei explicar...
Marcelo - E mesmo assim você continua? Você tem quantos anos?
Diogo - Eu continuo. Eu não vou te responder. Eu sempre acho esse tipo de pergunta muito babaca, com o perdão da expressão. Eu já sou maior de idade, faz uns cinco anos, ou seja, eu sou responsável pela velocidade das minhas pernas. Apesar de não controlar tão bem assim minha cabeça nem meus sentimentos.
Marcelo - Opa, "sentimentos"... Tai um papo que quase nunca eu te vejo falar. Como anda esse coração? Fala pra gente...
Diogo - Meu coração anda bem. Eu acho. (Risos). É, eu acho. Não tenho certeza. Tá batendo. Tá mexendo. Às vezes ele engasga, mas é coisa de um momento ou outro. Essas paixões fulminantes e repentinas, essas coisas que te consomem durante uns dias e depois... Continuam te consumindo. (Risos). (Silêncio). (Constrangimento).
Marcelo - Por que você ficou constrangido?
Diogo - Eu não fiquei constrangido. Eu fiquei? Eu não fiquei constrangido. Eu fiquei?! Acho que fiquei. (Risos) Eu fiquei. Quer dizer, é isso, que eu tava falando. Tô meio que in love. Mas acho que só eu tô sabendo. Só eu, eu mesmo e Irene.
Marcelo - Quem é Irene?
Diogo - Uma amiga. Falecida já. Amiga íntima. Que conversa comigo quando eu não tenho ninguém pra conversar.
Marcelo - Você costuma falar sozinho?
Diogo - Muito, Marcelo. Eu converso comigo mesmo nas horas vagas. Às vezes fico eu silêncio repentino, com vergonha de que alguém possa ter escutado. Mas é assim mesmo, eu falo comigo, né? A gente tem que conversar, tem que se saber, tem que falar, se ouvir, se corresponder...
Marcelo - E como é o nome da peça?
Diogo - Qual delas?
Marcelo - A que ainda não tá te tirando o sono?
Diogo - A que daqui a pouco vai me tirar o sono, você quis dizer. Bom, se chama COMO CAVALGAR UM DRAGÃO...
Marcelo - É o seu primeiro espetáculo infantil?
Diogo - Não é infantil.
Marcelo - Perdão. É adulto?
Diogo - É. É adulto. Não é infantil. É uma peça adulta. Tudo bem. Deixei você constrangido. Não tem problema. Desde o início eu sabia que isso ia acontecer. Esse tipo de confusão. Entra lá no blog. No blog do espetáculo. Divulga ai pra gente. É atravessar ponto blogspot com tê mudo ponto com. Entendeu?
Marcelo - atravessar.blogspot.com?
Diogo - Isso. Divulga e aparece no processo. A gente vai apresentar um processo dentro do TEMPO_FESTIVAL das Artes, que é um festival de teatro que tem aqui no Rio de Janeiro. No domingo, dia 07 de agosto, às 18h no Parque Lage, saca? Vai ser lá. Vai ver a gente.
Marcelo - A gente quem, Diogo?
Diogo - A gente da equipe, Marcelo. Eu tô escrevendo a peça e dirigindo junto com a Flávia Naves. No elenco estão Dominique Arantes, Fred Araújo, Marília Misailidis, Nina Balbi e Vítor Peres. Tá divertido, apesar de ser um drama.
Marcelo - Eu vou sim. Mas antes de me despedir, que pelo visto hoje você não tá pra papo, me responde uma coisa. O que você tá sentindo nesse momento?
Diogo - Cara, Marcelo. Você é foda. Como assim? O que eu tô sentindo?! Eu tô sentindo muita coisa. Eu hoje falei ao telefone com uma amiga que faz meses eu não via, porque ela tava morando em Buenos Aires, na Argentina. Ai ela voltou a gente se falou quase uma hora no telefone e combinamos de nos ver amanhã. Eu tô muito feliz. Tô ansioso. Saudade despertada, sabe? Sabe? Quando a saudade tava dormindo, hibernando, mas crescendo, crescendo?... Sabe? Pois então, amanhã eu mato ela de vez. E tem mais? Já disse que tô me apaixonando, e tô escrevendo as cenas finais de uma peça. E hoje é aniversário de um amigo que eu também amo muito. Teo Pasquini o nome dele. Pois é... Muita coisa. Tô sentindo muita coisa. Poderia explodir tranquilo, sem pestanejar. É bom se sentir vivo quando a sensação de estar vivo vem de fora pra você. Compreende?
Marcelo - Claro, Diogo, é claro que compreendo. Obrigado por hoje. Peço a você que, por favor, não deixe de me convidar. É sempre bom conversar com você. Até a próxima.
Diogo - Até, Marcelo. Escuta, vai ouvir o cd novo da Adele. Você vai se apaixonar!
Perguntas Que Marcelo Faria volta no próximo mês,
se você curtiu esta entrevista, confira a primeira
2 comentários:
Ahhhh, meu amor adoreiiiii!!!Marcelo é meio grosso, mas é prático e te força a falar o que sente!!! SAUDADES!!! SAUDADES PALAVRA REPETIDA E SEMPRE DOLORIDA, ESPERANDO SER SACIADA NUMA NOITE DE VINHO COM QUEIJO GORGONZOLA!!!
TE AMOOoooooooooooooo!!!
Nossos risos, nossas contradições, nossos momentos compartilhados café, teatro, vinhos e supermercado...brincar de ser adolescente e brincar de ser adulto, tudo isso e mto mais é estar com vc!!! Quero ficar 1h abraçando vc agoraaaa!!!
ai, diogo, vc é mesmo uma maravilha. como eu gostaria de ter vc mais por perto.
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