O que tenha praticado
Talvez fosse desistência
Talvez fosse olhar ao mundo
E só lhe ver descrença
Incompetência.
O que tenha visto
Talvez sequer existisse
Talvez fosse desejo
O desejo de querer-me
Somente assim
E, logo assim,
Sozinho e triste.
O que tenha acontecido
Talvez tenha sido a inversão
O cansaço da lia
A vontade do sol
O casaco está despido
E o meu peito corrói o mundo.
O que tenha acontecido
Talvez tenha sido amor
Paixão pela essência
Desobediência aos nomes
Desejo que não se reduz
Pois acorda preso ao corpo
E a ele, deve sua
Existência.
O que tenha acontecido
Foi que disse o contrário
Do que gostaria
Foi que fiz menos
Do que poderia.
Foi que fui sincero
Mas mediano,
Sem pedir nem dar
Fazendo por você
Mas sem lhe escutar.
Ter-me dado demais
Torna-me inquestionável
E, no entanto,
Nas é justo também
Que eu receba o mundo?
Dar-me demais
Causou-me medo em querer
Dar-me em excesso
Afastou-me do eu
Que quero ser.
E o eu que quero ser
Precisa, essencialmente,
E neste momento,
Conhecer você.
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