Existe uma ponte
Nebulosamente longa
Tão grande é a verdade
E tão fraco o copo
Que diz a sustentar.
Uma ponte
Que parte
Do dizer
E que se por acaso chega
É quase capaz
Do outro lado
Falecer.
Ponto que culmina
Em ação
Em concretude
Em atitude.
Da verdade
A sua exibição.
Não como produto
Vitrine
Mas como conhecimento
Afirmação.
Ponto, travessia, colisão!
É preciso bater para sair do lugar.
Eu que escrevia a poesia
E você que adorava
Declamar.
Eu que fazia a piada
E você que a ganhava
E descontrolava mundo
Fazendo-o rir
Ate chorar.
Eu que inventei certas feridas
Que só vi existirem
Pois você se dispôs
A fazê-las reais:
Eu no papel
Você no corpo
Eu com caneta
Você num soco
Eu na tinta
Você no sangue
Eu aqui
Você já longe
Onde nos encontramos
Agora?
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