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sábado, 30 de julho de 2011

Muco

Reveste
o desejo
de hoje
mais uma vez
estar louco

Protege o íntimo
anuncia o tombo
e recheia
o ser insoso:

desesperado por acerto de contas consigo mesmo.

Ele pára
tosse quatro vezes
uma sobre a outra
induzida
Ele força a barra
a barra desloca
e ele amanhece
nu e
sem
poesia.

Agora ele se olha
Que pode haver de não-suscetível
nessa vida?

Tudo morre só
em seu movimento,
tudo parte seguro
no esquecimento
no jogo
no se lançar
sempre sem freio

Quem foi que inventou essa coisa de freio?

Isso não existe,
ele agora insiste
premendo as mãos
contra o peito:

Que espaço pode ser esse que sempre parece meio assim ao meio?

Café estala na cozinha
calor se move sob a camisa
e o Muco
o Muco
dentro dele faz fantasia
movendo salivas distintas
o Muco hoje
separa o cara
do fim de sua vida

É o corpo, meloso,
tentando não ser
desperdício.

É o corpo, odioso,
tentando fazer
sinfonia
que seja
de gemidos.
                               

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