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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tombares

Como nunca antes
Tudo agora está mesmo
Nebuloso,

É difícil ver com clareza
O caminho não se revela
Resta o ser agonizando
Tentando ser um só.

O caminho como nunca tortuoso
No caminho como nunca saltam corpos
Não para o se perder
Saltam corpos no caminho
Como fossem corpos balas
Como corpos pudessem ser
Ao mesmo
Quem atira e quem mata.

Não é tão simples assim
O dizer.

Nas palavras morrem sentidos
Com os quais só mesmo
O silêncio é capaz.

Seguir tentando
Oscilando o corpo entre um
E outro
Tombo.

Medo.
Do que no tempo é capaz de morrer.

Não sendo ele quem mata
Mas sendo tempo o espaço
Do matadouro

Tempo-espaço propício para o choro,
Eu não quero mais.

Medo.
Neste segundo e num outro,
Passageiro.

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