estou trêmulo
sobre a mesa a caneta
sobre o chão os meus pés
dentro de mim
o que há?
estou tranquilo
adiante a janela
ao redor os objetos
fora de mim
onde está?
isso que não encontro
e que é capaz de fixar
isso que não encontro
e que é capaz de fazer
ir, mas, sobretudo
fazer voltar.
não estou dizendo muito
não é essa minha intenção
estou dizendo este tempo
exato
no qual hoje agora sou todo confusão
mas não
tempo no qual também sou belo
pois tenho hoje
- mais do que nunca -
me permitido a comunhão
me permitido perder esse mesmo tempo
em encontros
em encontros
em sentar
ao seu lado, amigo
ao seu lado, minha amiga
e deixar o tempo sem pressa vir nos abraçar
isso me faz ser perdido
isso me faz ser sentido
corpo pleno
palco propício para o que há.
estou trêmulo, eu sinto
é o auge da falta
do toque
do papo
do teatro
do conversar.
como isso vale, hein?
eu não fazia ideia.
devo ir.
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