Dois seres, juntos, ocupam um dado espaço no tempo.
- Qual o seu nome?
- Flor. E o seu?
- É porque eu tenho que anotar o nome das pessoas.
- Ok.
- Você não veio ontem, veio?
- Não, tô revezando com o Eyck.
- Como se escreve?
- É ele ali.
- Onde?
- O que foi buscar outra bateria. Essa daqui tá viciada.
- Você veio filmar?
- Sim. E você?
- Eu tô anotando coisas.
Com outra pessoa, noutro tempo e espaço.
- Eu tô me apaixonando por você.
- Poxa, legal.
- Não, é sério.
- Tem que trabalhar.
- Eu quero ver.
- Tá uma correria.
- Beijo.
- Beijo, querida, até amanhã.
Com outra, noutro momento.
- Você era de lá, não?
- Era. Você é?
- Sim. Eu conheci o pessoal que entrou com você.
- Daquela galera só sobrou nós três.
- Maneiro.
- Era difícil.
- Agora tá mais fácil...
- Sei lá. Acho que vai ser sempre difícil.
Outras pessoas, noutro momento.
- Você reconheceu a gente?
- Não, ele me contou.
- Ah, bem. Porque a gente fica muito cheio de maquiagem.
- É, eu lembro. Por isso achei esquisito. Achava você mais alto.
- Sério?
- Tá vendo? O poder da transformação.
- Quando foi isso?
- Ano passado.
- Ah, sim. Nessa época eu era mais alto.
Outro, noutro.
- Tô nervoso.
- Então, me fala...
- Pô, sacanagem.
- O que você faz aqui?
- Eu vim... Trabalhar...
- Alguém te ofereceu emprego?
- Não, quis dizer, eu vim aprender...
- Tem alguém ensinando?
- Ah,...
- Tudo bem. Pode ficar com a gente.
- Obrigado.
- Mas só até o final da semana...
- Poxa...
- ... quando o curso acaba.
- Ok.
- Ok?
- Uhum.
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