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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Eu

Estou me construindo
Sem ninguém dizer
Certo ou errado
Este sou eu
Eu sou meu próprio resultado.

O que faço de mim
Onde lanço meu corpo
Tudo isso em mim está
Como se a cada passo
Forjasse um pouco além
Com muito desdém
Ou total comprometimento.

O eu que sou neste momento
É fruto de escolhas
Escolhas digeridas
Ou mal mastigadas
Escolhas imprecisas
Muitas delas involuntárias
Mas todas já no gesto
Todas num só tempo
Carinho e protesto
E no meio entre o tudo e o nada
Eu não sei.

Ah.
Eu teimo em escrever esse ah!
Como se o fazendo deixasse de mim vazar
Um lamento incontido
Um princípio partido
Um término ainda não todo reconhecido.

Quanto egocentrismo.

Eu agora volto os olhos para mim.

Não quero pensar nos seus problemas
Se já os tenho bastante também aqui.

Quero me cuidar
Sem deixar de maltratar-me a face
Nem deixar de beber e comer o que dentro
Arde-me.

Eu vou.

Tarde?
.

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