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sábado, 17 de outubro de 2015

Quantidade

Talvez seja doença
Talvez apenas medo
Talvez seja vício de uma época
Ou juventude crônica
Incapaz de se desapegar do apego.
Talvez eu devesse seguir
Fingindo que não há pistas
Nessa coisa de contar o quanto.
Talvez eu devesse aceitar, talvez,
Aceitar que é assim como eu opero
Assim é como eu funciono.
Mas
Sempre tendo a dizer não
Por hábito, talvez, hábito
De não se conformar.
Digo não e me ponho a teimar:
que coisa é essa de contar
quantas poesias já foram
por mim escritas?
Isso me serve de quê?
Eu precisava encontrar
Uma resposta benigna
Resposta que me esfreguasse
No gesto a perdição que é contar
O que não está para ser
Contabilizado.
Faço um silêncio.
Aqui faz frio.
Quanto tempo eu venho contanto os meus tantos e tantos escritos?
Sono.
Sinto sono.
Amanhã serão outros números.

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