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sábado, 3 de janeiro de 2009

Praia

sem nome
sem contraindicação
eu te uso indiscriminadamente
te usar é opção

sem nome não quero saber
me importa o seu contorno
o seu cheiro distante
a rudeza do seu rosto

nela eu me esbaldo
nela eu me afogo
junto com tudo o que ainda é dor

eu te uso
eu te abuso
eu te absurdo em posições inverossímeis
de um sexo meu

eu manipulo seu corpo
multiplico suas partes
eu e você presos aqui dentro
fazemos tudo o que eu tiver
vontade

sob os óculos escuros
eu vivo e morto te procuro
sob as águas do mar
meu submarino há de encontrar
o rochedo ideal para se chocar
e me ter.
.

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