Nenhuma história está isenta da vida. A primeira vez que os vi, era mais ou menos aquilo que vivia no decorrer dos meus dias. Eles ali não sabiam, mas eram a figuração do meu instante. A representação da minha agonia. Isentos, sim, talvez. Mas eram como ainda são, tudo aquilo que em vida eu sustentei. E talvez, sim, por esta mesma capacidade de isenção, o que hoje eles se tornaram ultrapassa a minha condição e transformam em vida também a ação dos verbos. Eles juntos um ao outro transformaram em vida o que num papel se poderia dizer apenas palavras.
Por onde começo é por onde eu os tive, na primeira vez. E a primeira vez foi um escape, um escorregão. Eles passaram por mim e o que detive, apenas, foi a mistura dos perfumes. O dela amenizando a rudeza do outro. Um ao outro competindo, como se no ar da rua em movimento não houvesse espaço suficiente para os dois sediar. Dobraram a esquina mais próxima e entraram numa porta velha de madeira azulada. Dali em diante, esperei. Não posso dizer ter havido existência entre os dois. Não posso dizer nada pois não fora convidado nesta primeira vez. Ali fora, apenas esperei. Até que já era muito noite quando ela saiu, carregando o par de salto arrebentado nas mãos. Ele vindo atrás. Os perfumes não se gladiavam mais, pois eram um só.
Um cheiro ocre tomou conta da rua. O movimento cessara. Os carros todos morreram, ninguém passava. Eu apenas eu os vi cruzando a passos rápidos e distintos. Entraram no carro preto, de faróis apagados e seguiram indo. Sempre indo. Eu sempre atrás. A noite começava mas já era tarde demais. Eles seguindo para onde eu não poderia prever. Eles ainda não me possuiam. A sua virtude era essa independente condição. Para onde fossem eu deveria me lançar. Como se não permitisse a mim mesmo perder o segundo em que estagnado o carro, eles misturariam novamente os perfurmes. Assim, no meio de uma rua escura qualquer, com o farol apagado, os corpos dentro se batendo. O cheiro de um no outro se cancelado. E algo entre eles se eternizando.
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Por onde começo é por onde eu os tive, na primeira vez. E a primeira vez foi um escape, um escorregão. Eles passaram por mim e o que detive, apenas, foi a mistura dos perfumes. O dela amenizando a rudeza do outro. Um ao outro competindo, como se no ar da rua em movimento não houvesse espaço suficiente para os dois sediar. Dobraram a esquina mais próxima e entraram numa porta velha de madeira azulada. Dali em diante, esperei. Não posso dizer ter havido existência entre os dois. Não posso dizer nada pois não fora convidado nesta primeira vez. Ali fora, apenas esperei. Até que já era muito noite quando ela saiu, carregando o par de salto arrebentado nas mãos. Ele vindo atrás. Os perfumes não se gladiavam mais, pois eram um só.
Um cheiro ocre tomou conta da rua. O movimento cessara. Os carros todos morreram, ninguém passava. Eu apenas eu os vi cruzando a passos rápidos e distintos. Entraram no carro preto, de faróis apagados e seguiram indo. Sempre indo. Eu sempre atrás. A noite começava mas já era tarde demais. Eles seguindo para onde eu não poderia prever. Eles ainda não me possuiam. A sua virtude era essa independente condição. Para onde fossem eu deveria me lançar. Como se não permitisse a mim mesmo perder o segundo em que estagnado o carro, eles misturariam novamente os perfurmes. Assim, no meio de uma rua escura qualquer, com o farol apagado, os corpos dentro se batendo. O cheiro de um no outro se cancelado. E algo entre eles se eternizando.
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