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domingo, 5 de julho de 2009

segue sentindo

folha
pão
cimento
chão
isso aquilo
confusão
manias
perversão
porteiro
porteira
prisão
ônibus vindo sem fundo na escuridão
condição
desidratação
coração
digita esse segundo
apreende o outro
e nisso o tempo morre
e nisso eu fico
louco
eu fico
ou sem você
ou na contramão
mas a porta está aberta
aos perigos
na verdade
continuo
em adaptação
fugindo do meu tempo
sob a eterna indagação
quem sou eu?
porque sou eu?
porque deve haver assim alguma condição?
pausa
silêncio
ele toma uma xícara de café
ele permanece na mesma posição
ela está tentando compreender algo que lhe escapa das mãos
tentando compreender algo que lhe escapa posto seja este mesmo algo
a imensidão
a cama feita
a cama esbelta
segunda-feira
soluço, bebida gelada
garganta aguenta
é fresca
rock
rock leave me from me
rock please let me be
whatever i want
whatever i want
in those colours i made by myself
can you let me be like that?
like that
com as pernas de um jeito
o semblante sempre noutro
a roupa mal passada
o corpo no limite entre o amor
e o abandono
me deixa assim eu ser
essa coisa esse indefinir
esse se manter
sempre num espaço que não é antes nem depois
que fica perdido e definido num alto meio baixo
num rumo sem destino exato
numa incógnita que persiste
ele sorri
não entende o que sente
mas sente-se vivo por sentir alguma coisa
algum não compreender que o leva distante
sempre seguindo
sempre tentando ser em si mesmo
aquilo aquilo aquilo que ainda não sabe dizer o que é
mas que é já existe não pode não ser
ele segue sorrindo
segue seguindo
ele segue
sentindo
segue sentindo
sente seguindo
sempre à pele seguinte...

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