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sábado, 28 de fevereiro de 2009
ofício
escorregadio às vezes seco, olho para ele e nada me parece possível... eu tento, eu sento eu acredito,
mas por vezes fazer teatro é antes de tudo impossível. resisto. durmo. café, de ti preciso. volto aos papéis, tento esquecer conceitos livros que impossível! que ação eu preciso, que ação pode vir a dar conta disso que desejamos contar? personagens sem fim nem princípio são aglomerados dos vales e cumes da vida de um ser fatídico. caralho! a estréia prevista o que fazer? eu tento. eu digo a mim mesmo uma coisa de cada vez uma coisa de cada vez até chegar ao impossível, novamente. o figurino? a trilha? a concepção? porque será que tudo parece estar fora do tom? judiação. fico louco. porque foi essa a minha opção? porque não posso ser outra coisa? teatro. ser outra coisa. é teatro. ai. fadigas. inúmeras. despertador. 06h. ensaio. ensaios. não saio. eu fico. persisto. eu marco. eu marco o osso para não esquecer que meu ofício é uma sutileza que se chama à pele.
Um comentário:
Como sair?
Se td o q olho me parece teatro?Se a vida me parece mais cênica que um grande palco?
Como sair sem mudar a lente?
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