Cada verso
por favor,
faz o embrulho saltar
Os olhares de fora
comovem-se vendo no interior
o arranhar da estrutura
tão selvagem
mas não mais capaz
de proteger da dor.
Em certos momentos
tudo o que precisamos é doer
primeiro
em primeiro a dor
e o resto não importa
o resto indifere
e se me fere
independe
porque sou eu quem o faz
em primeiro.
Cada frase sua solta
ganha no meu corpo dança
e nisso já não basta você
porque para existir seu verbo
eu preciso me contorcer,
cada sílaba é em mim agonia
cada linha do corpo é tradução
fidelíssima
do nosso segredo,
Embalado
segredo segregado
eu me esqueço
eu agora dança
Trepida corpo
trepido feito louco
feito fosse rouco
incapaz de prever a longevirtude
de cada gesto
Nunca assim serás capaz
de ler em mim o que seu pensamento já faz
Eu sou imprevisível
Eu me esqueço sempre do início
então tudo em mim mesmo se refaz
Porque sua busca nunca finda
sendo eu assim
tão capaz.
.
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