este espaço não me terá mais,
Alguma coisa nisso que captura
e lança ao ar,
quebrou
Alguma pá do ventilador se enforcou-se
O liquidificador cortou as próprias hélices
e o copo rachou-se na tentativa da fuga,
era apenas para fazer um suco de uva,
eu tentei dizer.
A faca elétrica repousa tranquila,
pode dormir o resto da vida
não se importa
não vê tanta importância assim em ser ou não ser ou tanto faz se é eu ou você
Por isso, resguardo-me
porque existem muitos buracos
porque muitos existem em poços
escavados
acidentados
Qual o meu?
Eu me pergunto
mas estou sempre atrasado
Preciso tomar outro banho
remover do corpo esse suor perdulário
que me confisca a cada esquina
que me delata em pleno corredor
suor que sob o sol dilata sobretudo
o que eu não me importo em ser.
Pode ser assim
este mês para mim
é sempre um transtorno
cálculo no rim
é sempre um cuspir do mundo
por uma boca que não sabe dizer bola
porque somos ovóides
mas isso
isso não
se apreende da escola.
O que mais?
Planète.
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